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HOLOCAUSTO

Foram mais de seis milhões de inocente mortos!!!

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Foram mais de seis milhões de inocente mortos!!!

-EL CONTENIDO DE ALGUNAS IMAGENES PUEDE RESULTAR IMPACTANTE PARA PERSONAS SENSIBLES O MENORES-

Entrada del ferrocarril (Auschwitz)-flames.gif (2911 bytes)

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HOLOCAUSTO
Para falar em holocausto temos primeiro que saber um pouco mais sobre Hitler.

Hitler
(1889-1945) Ditador da Alemanha 1933 a 1945 ano em que se suicidou em Berlim invadida pela tropas russas e aliadas. Nasceu na Áustria. Estudante medíocre, não conseguiu graduar-se no curso secundário, procurando então em duas tentativas malogradas, ingressar na academia de Belas- Artes de Viena. Ao irromper a 1ªGuerra mundial (1914) alistou-se no regimento Bárbavaro. Foi condecorado por atos de bravura.
Quando acabou a guerra, ligou-se como agente do exercito ao pequeno Partido trabalhista Alemão de Munique.
Em 1920, incumbido da propaganda do partido mudou o seu nome para Partido Nacional Socialista dos trabalhadores Alemães (nazi). Em 1921, feito presidente do partido com poderes ilimitados planejou a criação de um movimento de massa, mirando-se a uma série de comícios. Em 1923, aproveitando o descontentamento popular com o tratado de Versalhes, acrescido da terrível inflação que assolava o país tentou apoderar-se do governo da Baviera e iniciar uma ofensiva contra Berlim; mas o Putsch de novembro falhou e ele foi condenado a 5 anos de reclusão dos quais cumpriu apenas 9 meses na fortaleza de Landsberg. Durante esse tempo escreveu o primeiro volume de Mein Kampf (Minha Luta), Uma exposição de suas idéias e um prognóstico de sua futura ação política. Solto por uma anistia, tratou logo de reestruturar o partido, que sofria um processo de desagregação por dissidências internas. Em 1929 alcançava a audiência de quase toda nação, controlando os jornais do partido nacionalista de Alfred Hugemberg através dos quais começou a proclamar sua fé no soergimento da Alemanha. Em 1930 o partido nazista já era o segundo do país.
As idéias políticas básicas de Hitler tomaram forma no ambiente da classe média de Viena, onde vivera em sua juventude. Acreditava ser a desigualdade entre os homens e as raças, decorrência da ordem natural das coisas. Exaltava as raças arianas. A unidade natural da es-pécie humana era o Volk, que encontrava sua encarnação no Fuhrer (guia), a quem era en-tregue a autoridade absoluta. Os judeus, a seus olhos os maiores inimigos do Nazismo, constituíam-se numa figura mítica, na qual ele projetava tudo o que temia e odiava. Finda a II Guerra Mundial, haviam sido mortos, na Europa ocupada, nos campos nazistas de extermínio, cerca de seis milhões de judeus Esta foi a solução encontrada por Hitler para o problema judeu e para a implantação da nova ordem no continente europeu.
Em 1933, convidado pelo Presidente Paul vou Hindenburg para Chanceler da Alemanha, lançou-se ao estabelecimento da ditadura absoluta. O incêndio do Reichstag (Câmara Baixa), na noite de 27 de fevereiro de 1933, leva-da a cabo pelos nazistas, mas por eles atribuído aos comunistas, forneceu a desculpa para um decreto que anulava todas as garantias de liberdade e para uma intensa campanha de violência. Josef Goebbels, como Ministro da Informação e Propaganda do Reich, por êsse tempo, exercia controle total sobre os órgãos de di-fusão de notícias do país, promovendo as idéias de Hitler e orientando a opinião pública. Morto Hindenburg, Hitler acrescentou aos seus poderes de Chanceler os de Fiührer da Alemanha, e, em fevereiro de 1938, assumiu o Ministério da Guerra. Após uma série de manobras políticas pela Europa, a 12 de março de 1938 anexou a Áustria. Em 1939 estourava a II Guerra Mundial. Em breve Hitler tinha sob seus calcanhares toda a Europa, com exceção de seus então aliados, os russos, e da Grã-Bretanha. A ofensiva que lançou, em 1941, contra a Rússia trouxe-lhe grandes vitórias, mas também a derrocada final de seu III Reich. A Batalha de Stalingrado (Volgogrado), de novembro a janeiro de 1943, seguiu-se rapidamente a capi-tulação das forças alemãs no N. da África, frente ao exército de invasão anglo-americano.
Agora vamos saber o que aconteceu aos judeus

A perseguição nazista aos judeus transformou-se, no decorrer da guerra, numa política fanática de extermínio, de extensão e barbárie sem Paralelos

Antes do início da guerra, as medidas tomadas por Hitler contra os judeus pareciam visar ba-sicamente à exclusão destes de todas as fun-ções que exerciam na sociedade alemã. Em conseqüência desse isolamento progressivo, a maioria dos judeus decidiu abandonar esponta-neamente primeiro a Alemanha, depois a Áustria do pós-Anschluss e o Protetorado da Boêmia-Morávia. Após a conquista da Polônia, porém, mais de 3 milhões de judeus encontravam-se sob controle nazista e esse número se elevou a mais de 7 milhões quando os nazistas estenderam sua hegemonia sobre a Europa ocidental, os Balcãs, os países do Báltico e a Ucrânia. Teoricamente até outubro de 1941 os judeus podiam emigrar, mas, na realidade, apenas uns poucos milhares de privilegiados conseguiram escapar das regiões sob controle das forças do Reich.
No dia 21 de setembro de 1939, três semanas após a invasão da Polônia pelos alemães, o chefe do Escritório Central de Segurança do Reich, Reinhard Heydrich, ordenou que os ju-deus poloneses se mantivessem estreitamente agrupados como primeira condição prévia para o objetivo final (ais erste Voraussetzung fur das Endziel). Essa frase enigmática não prova contudo que os líderes nazistas já esti-vessem considerando o extermínio físico dos judeus. No dia 23 de novembro de 1939, foi ordenado aos judeus poloneses que passassem a usar um distintivo a estrela amarela, .Em abril de 194O, judeus de Lodz foram confinados em um gueto e, em outubro do mesmo ano, foi a vez de os judeus de Varsóvia enfrentarem o mesmo destino. Em pouco tempo, todos os poloneses de origem judaica estavam aprisio-nados em guetos, que abrigavam populações milhares a meio milhão de pessoas, como no caso do gueto de Varsóvia Os guetos eram isolados dos quarteirões aria-nos por muros altos ou arame farpado e eram vigiados tanto pela polícia local como pela polícia alemã.
Neles, a administração dos assuntos da co-munidade era atribuída a conselhos judeus os Judenrate cuja autoridade era consi-derável, frequentemente auxiliada por uma força policial judia. O Papel dos Judenrate tem sido criticado com freqüência , porém a maior parte deles fez o possível para aliviar o sofrimento dos habitantes dos guetos não obstante, a partir do inverno de1940/41, a fome, o frio e as epidemias causaram dezenas de milhares de mortes.
Após o começo da guerra, o destino dos deus poloneses foi muitíssimo árduo, mas a sorte dos judeus que permaneceram no Reich foi ainda pior. Foram sistematicamente submetidos aos regulamentos mais sádicos e humilhantes: proibidos de utilizar transportes públicos, sentar-se nos bancos das praças, usar telefones públicos, possuir animais domésticos, peles ou roupas de lã, máquinas de escrever, bicicletas, óculos ou quaisquer aparelhos elé-tricos. Os judeus convertidos não tinham mais direito de freqüentar serviços religiosos ao mesmo tempo que os cristãos arianos.
Nesse meio tempo, nos escritórios da Wilhelmstrasse considerava-se a possibilidade de deportar todos os judeus europeus para a ilha de Madagascar, que deveria se tomar uma espécie de reservas judaica, sob o controle da polícia alemã. Esse plano acabou dando em nada.
O destino dos judeus na Europa ocidental ocupada pelos nazistas variou muito de país para pais. Na Dinamarca e na Noruega não foram tratados de forma diversa do resto da comunidade, mas na França de Vichy foram aprovadas leis anti-semitas em 1941. Em pouco tempo, milhares de judeus estrangeiros foram internados em campos especiais, tanto no setor francês controlado pelos nazistas, como no dirigido pelo governo de Vichy. Na Holanda a situação dos judeus também se deteriorou rapidamente: assim, no começo de 1941, várias centenas de reféns judeus foram
deportados para o campo de Mauthausen, onde foram torturados até a morte: dos 618. que - lá chegaram na primavera de 1941, a. penas oito conseguiram sobreviver até o inicio de 1942.
Uma mudança dramática na situação dos judeus teve lugar com os preparativos para ataque alemão à União Soviética.
Quando Hitler tomou a decisão final de ata-car a URSS, o conflito dentro da esfera de maquinações políticas e estratégicas parecia-lhe, indubitavelmente, como uma luta apo-calíptica entre as forças do bem, lideradas pelo nacional-socialismo alemão, e as forças do mal, das quais o bolchevismo judeu constituía a manifestação suprema. Foi então que Hitler decidiu levar a cabo o que já havia -profetizado.
em 30 de janeiro de 1939: uma nova guerra mundial determinaria o extermínio da raça judia na Europa
Não sabemos com exatidão quando Hitler deu a ordem oficial para o extermínio de todos os judeus sob controle nazista , mas essa ordem com certeza foi dada oralmente a Groering e a Himmler em março de 1941.

Batida no gueto de varsóvia.

Os comandantes das Unidades de Ação Especial (Einsatzgrup-pen), que foram encarregados da liquidação dos judeus na Rússia ocupada, afirmaram após a guerra que haviam sido informados de sua missão oralmente em maio de 1941. No dia 31 de julho de 1941, Goering remeteu uma ordem escrita a Heydrich, encarregando-o de todos os passos necessários para uma solução geral do problema judeu nas áreas de influência alemã na Europa. No dia 20 de janeiro de 1942, Heydrich apresentou seu plano na chamada conferência de Wannsee, que reuniu os princi-pais funcionários dos ministérios alemães mais importantes: A solução final (Endlõsung) do problema judeu na Europa, declarou, será aplicada a cerca de 11 milhões de pessoas (. . ). Os judeus devem ser transferidos para o leste sob severa vigilância e obrigados a realizar trabalhos forçados(.. .). Não é necessário dizer que um grande número deles será eliminado naturalmente devido às próprias deficiências físicas. Os que sobreviverem a isto que deverão ser considerados como o grupo mais resistente devem ser tratados de acordo. Na verdade, a História nos mostra que essa elite natural traz em si as sementes de uma nova renascença judaica (. . .)
A execução em massa dos judeus começou na Rússia no início da ocupação alemã. As Unidades de Ação Especial;. apoiadas sobre-tudo pelas milícias locais e freqüentemente au-xiliadas por unidades da Wehrmacht, algumas vezes organizavam guetos temporários, onde os internos não eram liquidados senão meses mais tarde. Mas o método mais freqüente era a execução imediata em massa. Nos cinco primeiros meses da campanha russa, as Unidades de Ação Especial massacraram mais de 100 000 judeus por mês. Execuções por metralhadoras eram complementadas por execuções através de monóxido de carbono produzido pelos escapamentos dos caminhões. No conjunto, cerca de 1 400 000 judeus foram executados na Rússia por 3000 membros das Unidades de Ação Especial.
A deportação de judeus alemães para os guetos e campos de concentração do leste começou no fim de 1941. Durante o ano seguinte, os nazistas deportaram sistematicamente os judeus dos vários países ocupados e controlados por eles na Europa ocidental. Dependendo do país e da atitude das autoridades locais, o plano alemão alcançou diferentes graus de sucesso. Na Polônia, onde, no início de 1942, apesar da fome e da doença, ainda viviam mais de 2 milhões e meio de judeus, nada pôde ser feito para impedir o massacre.
O extermínio dos judeus na Wartheland (parte da Polônia que fora anexada ao Reich)
começou em 1942. no campo de Chelmno. Lá o meio mais empregado era a Câmara de gás.
Pouco depois foi a vez dos judeus de Lublin e Lvov serem levados para o campo de Belzec, onde o método usual era o monóxido de carbono. O extermínio sistemático dos habitantes


O pesadelo como nunca se viu antes

Spielberg retrata com brilho uma história de horror e vence o maior desafio de sua vida
*Geraldo Mayrink*

    Quando Steven Spielberg nasceu, há 46 anos, Oskar Schindler era um fantasma em vida. Quando Schindler morreu, vinte anos antes, era uma obscuridade e Spielberg um astro que co-meçava a brilhar. No ano seguinte dirigiu Tubarão, para começar a Formidável série em que aparece com quatro entre os maio-res sucessos de bilheteria de todos os tempos. Seus quinze filmes renderam mais de 4 bilhões de dólares, incluindo aí o maior de todos, Parque dos Dinossauros. Enquanto isso, Schindler, enterrado num cemitério católico de Jerusalém, depois de um fim pobre e anônimo, entrava para a vida eterna ao ser cultuado como herói de um povo e de um país, Israel. Um fracas-sou na vida, nos amores e nos negócios. O outro, pai de família que cuida da educação religiosa dos cinco filhos, é o mais lumino-so sucesso da indústria de cinema. Enfim, um foi nazista. O outro nasceu judeu.
A Lista de Schindler (Schindlers List, Estados Unidos, 1993), em cartaz no Bra-sil, promove o encontro fantasmagórico entre os dois homens, a quem tudo o calendário inclusive separava. Nunca Hollywood foi tão longe ao mostrar os horrores do genocídio de 6 milhões de judeus perpetrado pelo Exército alemão durante a II Guerra Mundial. Isso tudo sem cair, salvo nas seqüências finais, na piegui-ce comum em filmes que retratam pesadelos de guerra. Há em A Lista de Schindler um punhado de cenas antológi-cas. A câmara de Spielberg desconcerta o espectador ao entrar com um grupo de mulheres nuas e aterrorizadas nos banheiro de um campo de extermínio, onde não se sabe o que vai sair dos chuveiros se é água ou gás. Poucas vezes, também, o cinema foi tão tragicamente comovente como nas cenas em que bandos de crianças lotam os caminhões que rumam para a morte e abanam suas mãos para suas mães felizes como estivessem indo para um piquenique A lista de Schindler concorre a doze Oscar e tem méritos suficientes para arrebanhar uma coleção deles. O filme de Spielberg é um acontecimento cultural. Uma coisa é ler sobre o genocídio nos livros de História. Outra, bem mais dramática, é vê-lo em toda a sua crueza através das lentes de um mestre do cinema.
Oskar Schindler (1908-1974), um alemão dos sudetos da Antiga Checoslováquia, filho do dono de uma fábrica de máquinas agrícolas gostava de conhaque, motos , mulheres e dinheiro. Spielberg, fi-lho de um engenheiro eletrônicos de uma pianista, cresceu no meio-oeste america-no dentro de uma casa onde os pais se insultavam aos berros. Enquanto Schin-dler permaneceu desaparecido da Alema-nha, entre 1945 e 1957, tentando sem sucesso ser industrial e fazendeiro na Argentina, Steven era levado pelo pai até o alto de um morro de Phoenix, Arizona, onde ficava olhando as estrelas e imagi-nando criaturas fabulosas que cairiam de lá, para abençoá-lo. .Como choque de biografias, A Lista de Schindler é uma improbabilidade e um absurdo. No entan-to, gerou um grande filme.
Na base dele repousam dois mistérios, ou duas crises de consciência separadas no tempo e no espaço. O primeiro é de ordem histórica e dificilmente será esclarecido. Nem o filme nem o livro do Australiano Thomas Kennealy no qual O roteiro se baseia, esclarecem os motivos pelo qual Schindler, o Bom Vivam espertalhão resolveu assumir enormes riscos para salvar cerca de 1 100 judeus poloneses que trabalhavam para e1e como escravos numa fábrica de panelas e depois material bélico para o Exército alemão Na verdade Schindler os comprou, subornando oficiais nazistas com dinheiro e jóias, assim como antes os havia presenteado com roupas e guloseimas de contrabando.
GIGOLÔ DA GUERRA
Schindler chegou a Cracóvia, a magnífica cidade medieval polonesa então sob ocupação alemã depois de fracassar em outros empreendimentos Quando ganhou um apartamento de luxo confiscado de urna família judia e sentiu que chegara sua vez de vencer na vida deu uma explicação prática e cínica sobre o que havia de novo no mundo: Das outras vezes sempre faltava alguma coisa, que estava o meu alcance. Agora esta coisa aconteceu. É a guerra.
Era um gigolô da guerra. Nas imagens de Spielberg, ele é apresentado de. forma envolvente, elegante e um tanto arrogante, com sua descrição de safras de vinhos finos, seu ar posado de galã de film noir dos anos 30 envolto em nuvens de fumaça. Membro tardio do partido nazista (ficha de inscrição no 6421 477), Trazia uma suástica no Paletó no paletó mais para facilitar seus negócios. Num certo momento, nem no livro nem no filme se sabe quando começou a perder dinheiro para manter na fábrica os judeus que seriam deportados nos macabros trens da morte em direção a o campo de extermínio de Auschwitz.
Aí fez sua famosa lista, provavelmente depois de 1942, quando teve um encontro secreto com líderes judeus em Budapeste para contar a eles o que sabia dos planos da solução final Arrasado, em prantos, num ataque de histeria que os sobreviventes do campo não confirmam ter acontecido, o Schindler do filme se despediu dos seus judeus, como os chamava, lamentando não ter salvado mais gente. Isso foi em 1945. Ele explorava seu infeliz rebanho desde 1939. Levou seis anos para chegar à sua crise de lamentação. No filme, as lágrimas de Schindler representam uma das poucas concessões de Spielberg ao sentimentalismo fácil, ao lado da seqüência em que os judeus salvos pelo empre-sário depositam pedras em seu túmulo. Deslizes que não são suficientes para comprometer o filme.
O segundo mistério é explicado pelo seu protagonista Spielberg. Quando Schindlerdlerjuden (os judeus de Schindler) foram
libertados por tropas soviéticas e se espalharam pelo mundo, inclusive para o Brasil começaram a contar a história de seu ambíguo da guarda em várias línguas. Um dos personagens mostrados em A Lista de Schindler, Leopold Pfefferberg, consumiu trinta anos contando-a para os fregueses da sua loja de malas em Beverly Hills, área de Hollywood na esperança de que algum escritor ou roteirista de cinema se interessasse por cela. Thomas Kennealy estava pagando sua conta lá, em 1980, quando se sentou para ouvir e tomar notas. Dois anos depois, publicou seu romance de não ficção. Sidney, Sheinberg, presidente da MCA/Universal, comprou os direitos de filma-gem no mesmo ano e deu-os de presente ao seu menino prodígio, que arrasava em escala mundial com E.T. Spielberg come-çou a ler, mas parou no meio. Tanto horror incomodou. No entanto, não abriu mão dos direitos nem quando seus amigos Mar-tin Scorsese e Sydney Pollack lhe pediram que liberasse o texto.
Enquanto Schindler tentava a vida na Argentina, para onde fugiu com a mulher, Emilie, e a amante, Spielberg crescia bem longe daquele insensato mundo. Enquanto Schindler falia (e rompia com as duas mulheres, que hoje são amigas, para voltar à Alemanha, onde enfrentou novas quebra-deitas e novas bebedeiras, Spielberg, prote-gido de incertezas financeiras, atravessou uma infância e uma adolescência solitárias Diz sem exagero que a sua era a única família judia de uma das cidades onde morou, Phoenix. Trancava-se no quarto sem a companhia de amigos ou de religião Sabia que só era discriminado por ser mais franzino e feioso que os colegas, mas no fundo achava que era por ser judeu.
Além da Imaginação:
Em 1984 quando Schindler descia ao túmulo em Israel país que visitava todos os anos desde 1961 com passagens pagas pelo seus judeus, nasceu Max, primeiro dos cinco filhos de Spielberg. O pai então redescobriu a religião judaica, mas não se lembrava mais do que lhe haviam dito na infância, foi preciso reler os livros sagrados. Sabia, vagamente, que sua família tinha perdido parentes no horror nazista, mas nunca ouviu em casa a palavra Holocausto.
Só em 1993 decidiu que chegou a hora de filmar A Lista de Schindler. Por quê? Em princípio, deveria desprezar ou pelo menos desconfiar de seu futuro persona-gem. No entanto, ele o compara a um produtor de Hollywood, desses que dão as festas mais loucas e fazem os melhores contatos. Era um bêbado mulherengo que jogou com a SS um jogo digno de Las Vegas. Um figuraço para filme, portanto, ainda mais com essa avaliação do diretor. Ele é ambíguo porque simplesmente é humano. Em Hollywood temos um tal hábito de simplificar tudo que a conversão e a metamorfose de alguém assim parecem inacreditáveis. Eu mesmo, com minhas fan-tasias, estou de certa forma estereotipado.
CAMPO DE BATALHA Se Spielberg falou, está falado. Nenhum produtor reclamou quando ele largou a pós-produção de Par-que dos Dinossauros nas mãos de sua equipe e voou para Cracóvia, de onde acompanhava e corrigia, via satélite, a montagem que lhe transmitiam de Holly-wood. Isso durante a noite. De dia, era breu puro. Choveu e nevou na região durante os três meses de filmagens em 148 cenários, por onde se espalhavam 240 técnicos e atores, mais 30 000 extras recrutados na Polônia e em Israel. A produção toda saiu por 22 milhões de dólares, quantia relativa-mente modesta para um filme de 196 minutos de duração e menor pasmem que a consumida por Filadélfia, 26 milhões. Em seu filme, Spielberg não que-ria filmar nazistas de caricatura, como em Indiana Jones, mas também não queria suavizar nada do livro nem do que lhe contavam. Entre outras coisas, que bebês costumavam ser atirados pelas janelas para servirem de alvo aos soldados lá embaixo. Uma cena como essa seria realmente impensável, mas quando o comandante Amon Goeth (Ralph Fiennes) alveja os prisioneiros do seu quarto, como se fossem espantalhos, enquanto se espreguiça com um cigarro na boca para começar mais um dia de trabalho. O mesmo Goeth se apaixona por uma judia deixando o espectador atônito com a encarnação do mal. Mais até do que na figura de Schindler (o irlandês Liam Neeson) o encantador e salvador de judeus Schindler se concentra na de Goeth personagem muito mais complexo. Apaixonado por uma judia Helen (Embeth Davidtz) recrutada entre os prisioneiros como sua empregada doméstica espanca-a e lhe diz insanidades como percebo que você não é uma pessoa no sentido mais estrito da palavra para em seguida lamentar a solidão, agarrar-lhe os seios e bater mais. Imagina entre outros delírios levá-la para Viena quando terminar a guerra . Bêbado e infeliz tem não só a cara mas também o corpo doente. Inacreditavelmente, é possível sentir piedade por esse carrasco graças a interpretação exuberante de Fiennes.
PARQUE DO HOLOCAUSTO
Spielberg chamou e ouviu os conselhos de um mestre polonês, o cineasta Andrzj Wajda, que lhe. emprestou seu cenógrafo ,Allan Starski. A fotografia em preto-e-branco do polonês Janusz Kaminski tem o requinte dos grandes filmes americanos dos anos 40, nas cenas de festas e bailes, mas também a frieza documental em estado bruto de um cameraman de televisão que estivesse filmando cenas bárbaras no meio da rua. Embora afirme que renunciou com-pletamente a manipular os sentimentos do público, A Lista de Schindler é um filme intensamente emocional.
O cuidado de Spielberg não impediu que A Lista de Schindler despertasse polêmica. O crítico do jornal israelense Haaretz
chamou-o de Par-que do Holocausto e classificou como pornográfica a seqüência em - Auschwitz. O dono do jornal alemão Die WeIt, num artigo intitula-do Indiana Jones no gueto de Cracó-via, diz que tudo não passa de fruto da imaginação deli-rante de um rapaz americano que nun-ca se preocupou com o povo judeu. Tais vozes discor-dantes, no entanto, foram minoria. Mesmo na Alemanha, onde o tema ainda provoca dolorosos exames de consciência. O jornal Frankfurter Auge-meine e a revista Der Spiegel derramaram-se em elogios ao filme. O próprio presiden-te alemão, Richard von Weizslicker, disse a Spielberg: Teria de ser você para fazer isso. Ele se referia ao fato de os cineastas. alemães sempre terem fugido do tema do Holocausto. Na Polônia, onde A Lista de Schindler foi filmado, festejava-se o fato de três dos doze Oscar a que o filme concorre, estarem próximos de mãos polonesas, depois de tanto sucesso, tanto dinheiro e agora, tanta louvação por uma obra completamente inesperada, Spielberg se deu por satisfeito com uma constatação cultuada a tempos em Israel, onde os justos, os gentios que ajudaram a salvar judeus,. têm um lugar no memorial do Holocausto:
mesmo no pior lugar do mundo, sempre é possível ajudar.
Revista veja 16 de março de 1994.





Os Mortos vivos

Novos Documentos mostram como funcionava a máquina de genocídio e destroem a corrente que nega o Holocausto
*Eurípedes Alcântra*



    Se não tivesse outras razões para filmar A Lista de Schindler, uma só teria bastado a Steven Spielberg, o alar-mante fortalecimento de uma corrente revisionista que nega o Holocausto, o assassinato sistemático e industrioso de 6 milhões de judeus pelos nazistas. Os revi-sionistas lançam livros, fazem palestras no câmpus universitários e são entrevista-dos em programas de televisão nos Esta-do Unidos e na Europa. São todos eles pesquisadores sem reputação acadêmica que até hoje não conseguiram produzir evidências de que os horrores do nazismo são uma invenção do sionismo, o ponto principal de suas pregações. Mas são ouvidos. Uma pesquisa feita nos Estados Uni-dos no ano passado pela Organização Roper mostrou que um em cada cinco americanos adultos acha possível que Holocausto não tenha ocorrido.
ceticismo endêmico na cultura mo-derna pode explicar parte da dúvida. Cinco em dez americanos acreditam que o presidente John Kennedy foi vitima de um complô da CIA. Três em dez, que nunca houve escravidão no país. Mas só o ceticismo não explica a negação do Holocausto. O extermínio dos judeus o genocídio mais cuidadosamente documentado de nosso tempo, um marco degradante do s6culo XX tanto quanto os ataques sérvios. na Bósnia, a bomba atômica que os ameri-canos jogaram sobre Hiroxima e o abatedouro soviético sob Stalin, cuja política de. coletivização forçada custou a vida de 25 milhões de pessoas. Os revisionistas do Holocausto afirmam que não há provas de que nos campos nazistas havia equipamentos claramente destinados a matar Segundo eles, as câmaras de gás eram áreas de desinfecção utilizadas para livrar os prisioneiros de piolhos. Outros sustentam que os prisioneiros judeus morreram de causas naturais, como as epidemias de tifo, e citam estatísticas da época mos-trando que também fora dos campos pessoas morreram vitimas da mesma doença. Outra argumentação é que os judeus fo-ram mortos pelos aliados durante bombardeios às posições alemãs. são afirma-ções que variam da mistificação pura desonestidade intelectual.
A Tragédia dos judeus na 2ª guerra mundial foi testemunhada por sobreviventes de ambos os lados, prisioneiros dos Campos de concentração e seus carrascos de baixa extração militar que escreveram diários dando detalhes os horrores que presenciaram. Projetos de Câmara de gás e as próprias construções pode ser vistas na Alemanha e na Polônia. Há uma copia de extraordinária nitidez do discurso secreto que Henrich Himmler, chefe as SS gravou no dia 4 de Outubro de 1943 na cidade polonesa de Poznan. Pode-se ouvi-la nos arquivos nacionais em Washington. No discurso Himmler decreta "O extermínio do povo judeu e proclama o direto moral e o dever de destruir os judeus. Himmler se permitiu falar sem eufemismo numa época em que pelo menos 5 milhões de judeus já aviam sido mortos e as forças nazistas venciam em todas as frentes. Como muitos impérios o terceiro Reich dava a seus membros a impressão de que fosse durar para sempre.
Quando os rumos da guerra mudaram, os nazistas tentaram apagar os rastros da Solução Final. Imposta aos judeus. A mais dramática reconstrução do horror nazista acaba de surgir na forma de um livro, frio, sem emoção, escrito por um ex revisionista francês, o farmacêutico e historiador amador Jen-Claud Pressac. Em Os crematórios de Auschwitz: a máquina do assassinato em massa, ainda sem tradução em português, Pressac mostra como os nazistas armaram a linha de montagem que ceifou milhões de judeus.
Pressac teve acesso a documentos retira-dos do campo de extermínio pelas tropas de libertação soviéticas e mantidos em segredo em Moscou durante mais de qua-renta anos. São principalmente cartas troca-das entre os comandantes do campo e os fornecedores de câmaras de gás e fornos crematórios em que se discute o preço dos equipamentos e sua eficácia. Os documentos foram preservados graças ao orgulho do tenente engenheiro Werner Jothann, não diretamente envolvido na matança, Jothann fugiu antes da chegada das tropas aliadas deixando intocados os documentos relativos a construção e ampliação do campo de extermínio - pelo documentos fica perfeitamente claro que os fornos crematórios se expandiam na medida em que a matança aumentava de intensidade diz Pressac:. Os fomos construídos pela firma Topf & Sohne, de Erfurtforam ampliados a ponto de queimar 1250 corpos por dia e até 2 200 em épocas de pico.
Uso Final. É apavorante Banalidade do mal que se vê na maneira metódica com que os nazistas organizaram sua máquina de morte em massa. Os trabalhos no campo não podiam ser perturbados. Nada deveria atrapalhar a eficiência dos assassinatos. No mesmo dia em que 1 350 judeus franceses foram mortos em Auschwitz, o médico Josef Mengele, o carrasco de Auschwitz, foi levado a julgamento e severamente repreen-dido por uma corte de oficiais por trafegar com sua motocicleta em velocidade acima da permitida no campo. Mengele escapou das mãos dos aliados e morreu afogado velho, no Brasil. Seus ossos foram identificados em 1985.Segundo os documentos obtidos por Jean-Claude Pressac, o primeiro teste de morte coletiva pelo gás mortal Zyklon em Auschwitz foi considerado desastre industrial pelos nazistas Os oficiais não sabiam ainda exatamente como gás se espalhava nem qual a dosagem exata para encher a câmara com uma concentração letal. Nos primeiros dias de dezembro de 1941 eles trancaram 300 prisioneiros soviéticos numa câmara e deixaram o gás escapar. A baixa concentração do componente letal, ácido cianídrico e a presença de outras substâncias tóxicas mas não fatais no gás demoraram a matar os prisioneiros. Alguns agonizaram por dois dias gritando desesperadamente Com o tempo os nazis-tas aprimoraram o processo, conta Pressac como se narrasse o funcionamento de. um abatedouro de aves, A matéria-prima (corpos humanas vivos) seguia para os processos posteriores de transformação (câmaras de gás), estocagem (morgue) e uso final (cremação). A indústria da morte dos nazistas permanecerá uma sombra nas consciências, dificultando a conciliação das noções de Deus e civilização com os fornos de Auschwitz.
Revista veja 16 de março de 1994.
Reportagens assinadas por:
Eurípedes de Alcantra
Geraldo Mayrink


Judaísmo

Cultura religiosa dos judeus (povo de Israel) e uma das religiões mais antigas do mundo. Originou-se em Israel, também conhecido como Palestina, no Oriente Próximo. No início da década de 1990, a população mundial de judeus atingia 18 milhões de pessoas.
Doutrinas básicas e fontes
A principal característica da religião judaica é o monoteísmo, a crença que um só Deus, transcendente, criou o universo. A história do povo, seus preceitos e filosofia estão contidos na Torá, também chamada de lei de Moisés ou lei mosaica. A Torá é formada pelo Pentateuco, ou seja, os cinco livros que constituem a primeira parte da Bíblia: Gênesis,  xodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Estes cinco livros também fazem parte do Antigo Testamento cristão.
O segundo grande conceito do judaísmo é o da aliança ou pacto entre Deus e os judeus, pelo qual estes últimos reconheceriam Deus como seu único senhor, comprometendo-se a obedecer suas leis. Como recompensa, Deus reconheceria Israel como seu povo e estaria atento a seu bem-estar. Esta visão acentua o problema da Teodicéia (justiça de Deus) porque a experiência histórica judaica, com bastante freqüência, tem sido de sofrimento.
Embora as distintas formas de judaísmo estejam enraizadas na Bíblia hebraica, chamada pelos judeus de Tanak, seria um erro considerar o judaísmo apenas como a religião do Antigo Testamento. O judaísmo contemporâneo deriva do movimento dos rabinos dos primeiros séculos da era cristã na Palestina e Babilônia, chamando-se judaísmo rabínico. Ver também Talmude.
Adoração e práticas
Para os judeus religiosos, a vida é um contínuo ato de adoração divina. Por este motivo, eles rezam três vezes ao dia (manhã, tarde e anoitecer) e recitam repetidas bênçãos. O estudo da Torá também é considerado um ato de adoração. O dia sagrado para os judeus é o Shabbat (Sábado), no qual não se realiza nenhum trabalho.
As leis relacionadas com a alimentação estão vinculadas ao culto do Templo de Jerusalém. Judeus não comem carne de porco e peixes que não tenham nadadeiras ou escamas. Dos outros animais deve-se tirar todo o sangue antes de serem ingeridos.
A comunidade judaica mantém a observância dos acontecimentos mais significativos de uma vida: o Brit Milá (circuncisão), o Bar Mitzvá (maturidade legal aos treze anos, nos meninos, e aos doze, nas meninas), o matrimônio e, finalmente, a morte.
História
O povo de Israel foi, primeiro, uma confederação de 12 tribos encabeçadas pelos 12 filhos do patriarca Jacó (Israel). Mais tarde, transformou-se em reino. Desde a libertação do exílio egípcio, os judeus comemoram o fim da escravidão e a conquista e assentamento nas terras de Canaã, a terra prometida, para onde os guiou Javé, o deus dos patriarcas e única divindade.
O exílio do povo de Judá na Babilônia, em 586a.C., foi um marco histórico para a religião de Israel. A partir de então desenvolveu-se a verdadeira religião monoteísta. O rei persa Ciro, o Grande, depois de conquistar a Babilônia, em 539a.C., autorizou o repatriação do povo judeu. A revolta dos Macabeus, entre 165 e 142a.C., culminou numa guerra que conquistou para o povo de Judá a independência política dos sírios.
A vitória dos Macabeus inaugurou os oitenta anos de independência política do povo de Judá, apesar de terem continuado as desordens religiosas. O fervor messiânico e apocalíptico aumentou com a invasão romana em meados do século Ia.C. Entre os anos 66 e 70d.C, esta exaltação religiosa provocou a eclosão de uma fracassada revolta contra os romanos e, pela segunda vez, o Templo foi destruído, acontecimento não menos traumático para os judeus que a destruição do primeiro Templo, em 586a.C.
A sinagoga e a casa de estudos rabínicos substituíram o templo destruído. A hegemonia dos rabinos foi um processo gradual que suplantou os desafios de todos os movimentos anti-rabínicos. A conquista do Oriente Próximo pelas tropas muçulmanas, no século VII, facilitou a divulgação de um judaísmo rabínico uniforme.
O judaísmo medieval desenvolveu-se a partir de duas culturas de grande notoriedade: a sefardita, na Espanha, e a ashkenazi, nas terras do Sacro Império Romano-Germânico. Durante o período medieval, o judaísmo revitalizou-se por movimentos místicos, éticos e piedosos. Entre estes grupos, os mais importantes foram os judeus espanhóis do século XIII, criadores da cabala (esoterismo judaico) e os hassidim, alemães do século XII.
Tendências atuais
A emancipação civil dos judeus provocou mudanças no judaísmo. O movimento reformista alemão perdeu as esperanças de uma volta à Palestina e abandonou muitas das leis e costumes judaicos tradicionais. A facção mais conservadora continuava favorável à manutenção dos costumes tradicionais. Em oposição à atitude dos reformistas, a ortodoxia moderna buscou harmonizar o judaísmo tradicional com os novos ensinamentos.
Na Europa do leste, os judeus formaram um grupo social numeroso e com características diferenciadas. Sua modernização tomou forma de um nacionalismo étnico e cultural. O sionismo foi um movimento criado para formar uma sociedade judaica moderna nas terras bíblicas, fato que culminaria com a criação do estado de Israel em 1948.
O judaísmo foi seriamente afetado pelo extermínio dos judeus pelas mãos dos nazistas, no chamado holocausto. A fundação do moderno estado de Israel tem, além de óbvia importância política, uma dimensão religiosa que representa a dignidade judaica e a concretização da promessa messiânica da "terra prometida". Durante as últimas décadas, todos os movimentos do judaísmo procuram manter-se orientados segundo esta idéia de Israel.
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